28 de junho de 2011

Primavera Silenciosa - O livro que mudou o Mundo!

Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que a natureza é vulnerável à intervenção humana. A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insectos.

No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar cancro e danos genético.

A grande polêmica movida pelo instigante e provocante livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloquente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.

Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insectos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."

Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A ideia foi rejeitada.

Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.

Então, ela decidiu abordar o assunto em livro.

A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar, e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insectos durante semanas e meses e, não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.

Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros, até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos insidiosos do DDT.

O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reacções extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.

Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comité científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.

A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais "será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são perigosos?"

Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de cancro, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceite.

24 de junho de 2011

Comece Hoje a sua Colecção de Sementes

Não é difícil conservar sementes para utilizar na estação de cultivo seguinte.
Basta ter em atenção alguns aspectos:
1 - Devem ser secas à sombra e à temperatura ambiente, antes de serem guardadas. Algumas sementes, como as do tomate, devem ser espalhadas em cima de um papel absorvente, para que a goma que as envolve seja absorvida pelo papel e facilite a sua secagem.
2 – Os pacotes devem ser guardados em local fresco, seco (uma caixa de sapatos pode ser uma boa opção para albergar a sua colecção de sementes)
3 – Deve identificar as sementes, e a data em que as armazena, tendo em atenção que a sua validade varia muito de espécie para espécie, e que a sua taxa de germinação irá depender muito da qualidade da semente e da forma como foi armazenada.

Para facilitar, imprima os nossos pacotes, e divirta-se com a sua nova colecção!







21 de junho de 2011

AGROTÓXICO - ROUNDUP


Em muitos casos, a desconfiança de usar produtos químicos e a falta de informação científica conduzem os agricultores ao uso indiscriminado e inadequado de agrotóxicos. O que raramente se discute é a razão pela qual os agricultores aplicam agrotóxicos, e como têm acesso aos produtos e às informações com relação à sua utilização. Se a exposição de seres humanos a altas doses de agrotóxicos é um problema real na agricultura, seria sensato alertar os agricultores para os efeitos nocivos dos produtos ao invés de propagandear seus benefícios.


  • A opinião difundida é de que o glifosato seria menos prejudicial em comparação aos herbicidas anteriormente utilizados. Este é um dos principais argumentos criados pela Monsanto para propagandear as vantagens dos seus produtos, baseados na classificação toxicológica do produto como “faixa verde”.
  • Na linguagem dos agricultores, o Roundup chega a ser caracterizado como não sendo tóxico ou como o “bom veneno”. Há agricultores que afirmam ter ingerido, acidentalmente, o produto e que as consequências teriam sido “apenas” vomito e diarreia.
  • Como o metabolismo de animais é diferente, a toxicidade aguda do glifosato é baixa e os sintomas de intoxicação só são registrados em contacto com uma dose elevada do produto. Isso não significa que não haja interferência crónica do glifosato sobre o metabolismo animal e, é preciso considerar, que na formulação do Roundup constam outros produtos que, em conjunto com o glifosato e outras substâncias no solo, meio ambiente e organismos vivos, acabam por ter diferentes efeitos colaterais. Para aumentar a eficácia do herbicida e facilitar a sua penetração nos tecidos vegetais, a maioria das suas formulações comerciais possui uma substância química surfactante (um composto químico que reduz a tensão superficial do líquido). A formulação Roundup, que é a mais utilizada, é composta de surfactante polioxietileno-amina, ácidos orgânicos de glifosato relacionados, sal de isopropilamina e água. Em função dessa composição, o Roundup possui uma toxicidade aguda maior que o glifosato puro, testado em laboratório pelas principais agências reguladoras do produto nos EUA. O surfactante presente no Roundup está contaminado com 1-4 dioxano, um agente causador de cancro em animais e potencialmente causador de danos no fígado e nos rins de seres humanos. Como resultado da decomposição do glifosato regista-se uma substância potencialmente cancerígena conhecida, o formaldeido. E a combinação do glifosato com nitratos no solo ou em combinação com a saliva, origina o N-nitroso glifosato, cuja composição também é potencialmente cancerígena e para a qual não há um nível de exposição seguro.
  • Um estudo realizado na Suécia [1] concluiu que há uma associação do contato prolongado com glifosato e o linfoma non-Hodgkin, outra forma de cancro, e os cientistas alertam para o caso, considerando o exponencial aumento no consumo do herbicida a nível mundial em soja transgénica.
  • Um problema sério é que a maioria dos estudos sobre os efeitos do glifosato e seus derivados sobre a saúde e o meio ambiente são realizados pelos próprios fabricantes do produto, interessados em aprovar seu uso e impulsionar as vendas. Soma-se a isso a dificuldade de realizar estudos independentes sobre o produto, uma vez que são poucos os laboratórios no mundo que possuem os recursos, equipamentos e técnicas necessárias a uma efectiva avaliação dos seus impactos e, além disso, a formulação do herbicida e os produtos dele derivados estão protegidos pelo princípio do sigilo e segredo industrial e comercial.
  • A história dos processos de registro e liberação do uso de agrotóxicos revela que não são poucos os casos em que práticas fraudulentas, como a falsificação de dados, a omissão de informações e a manipulação de equipamentos conduziram a resultados falsos em benefício da estratégia industrial e comercial e em prejuízo de milhões de pessoas que sequer são informadas sobre os possíveis efeitos de sua utilização.
  • O efeito do glifosato no organismo humano é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contacto com o produto. O herbicida pode continuar presente em alimentos num período de até dois anos após o contacto com o produto e em solos por mais de três anos, dependendo do tipo de solo e clima. Como o produto possui uma alta solubilidade em água, a sua degradação inicial é rápida, seguida, porém, de uma degradação lenta. O composto foi encontra-se tanto em águas superficiais como subterrâneas.
  • O Roundup, mesmo em forma de resíduos, pode inibir a síntese de esteróides, ao interromper a expressão da proteína StAR (steroidogenic acute regulatory protein), ocasionando distúrbios reprodutivos em mamíferos [2] . O produto actua também como desregulador de enzimas essenciais à produção de espermatozóides, ocasionando a produção anormal de esperma.
  • No Rio Grande do Sul, a cientista Eliane Dallegrave [3] detectou, em 2004, a toxicidade reprodutiva do Roundup em ratos Wistar , como o aumento da percentagem de espermatozóides anormais em puberdade e a redução da produção diária e do número de espermatozóides em idade adulta. Além disso, foram verificados distúrbios de desenvolvimento e alterações nos tecidos testiculares dos ratos.
  • Se essas conclusões podem ser generalizadas para outras espécies animais e aos seres humanos, isso continua uma incógnita que carece de estudos. O cuidado no manuseio e na aplicação do Roundup, por parte dos agricultores, entretanto, e suas consequências aos seres humanos e ao meio ambiente, certamente, merecem mais atenção.

[1]HARDELL, Lennart; ERIKSSON, Miikael. A case-control study of non-Hodgkin lymphoma and exposure to pesticides. Cancer , Lund, N.º 85, p. 1353-1360, 15 de março de 1999.
[2]WALSH, L.; McCORMICK, C.; MARTIN, C.; STOCCO, D. Roundup inhibits steroidogenesis by disrupting steroidogenic acute regulatory (StAR) protein expression. Environ Health Perspect . Cary NC, N.º 108, p.769-776, Julho de 2000
[3]DALLEGRAVE, E.; MANTESE, F.; COELHO, R.; PEREIRA, J. DALSENTER, P.; LANGELOH, A. The teratogenic potential of the herbicide glyphosate-Roundup® in Wistar rats. Toxicology Letters, Oxford, v. 142, N.º 1, P. 45-52, 30 de Abril de 2003.
5) Farmer DR, Kaempfe TA, Teratology 2000 Jun;61(6):446.
(6) Marc J, Bellé R, Toxicol Sci. 2004, Dec; 82(2):436-42.
(7) Watson RA, Williams AL, Birth Defects Res A Clin Mol Teratol 2006 May;76(5):383

14 de junho de 2011

Calendário da Horta: Junho



As regas e mondas devem intensificar-se, à medida que se aproxima o Verão, para que o crescimento e produção das culturas não sejam prejudicados pela falta de água.
Em alternativa ao chorume de urtiga, podem pulverizar-se as plantas com os seguintes adubos foliares:
·  1 punhado de composto para 1 litro de água, mexer e filtrar;
·  chorume de minhoca diluído em água.

Despontam-se as favas que se encontrem em plena floração e semeia-se feijão para consumo em verde e para semente. Semeiam-se também plantas condimentares, tais como cominhos, salsa e outras.

É neste mês que se colhem as ervas aromáticas que se pretendem conservar para infusão, com fins condimentares ou outros, secando-as à sombra em local seco.Segundo a tradição a colheita é feita na manhã de S. João (solstício de Verão).

SEMENTEIRAS E PLANTAÇÕES:
No Norte: Semeie alface, chicória, feijões, nabiças e rabanetes. Plante: alface, chicória, couve-galega.
No Centro: Semeie alface, chicória, espinafre "de Inglaterra", feijões, nabiças, nabo, rabanete e salsa. Plante alface, alho francês, cebola, chicória, couve portuguesa, pimento.
No Sul: Semeie couves, ervilha e nabiças. Plante: batata e couves.

CONSOCIAÇÕES
1. Conceito de consociação
A consociação é um sistema de policultura em que duas ou mais espécies de plantas estão suficientemente próximas para que haja uma interacção entre elas. Eis alguns tipos de interacção possíveis:

·  Alelopatia: as raízes das plantas exsudam para o solo aminoácidos, vitaminas, açucares, taninos, fosfatídeos e glucosídeos, que podem afectar, positiva ou negativamente, as plantas vizinhas.
·  Capacidade de fixação de azoto ao nível das raízes, característica das espécies leguminosas (por simbiose com uma bactéria), que pode beneficiar a cultura consociada (p.e. feijão+milho).
·  Capacidade de repelir certas pragas ou de atrair auxiliares.
·  Efeitos físicos: ensombramento, cobertura do solo (p.e. milho+ abóbora), suporte físico enquanto caules tutores para plantas trepadeiras (p.e. milho+feijão).

As consociações permitem tirar mais rendimento do mesmo espaço, p.e. cultivando espécies de ciclo mais curto (alface, rabanete) entre as culturas principais, de ciclo mais lento.

2. Exemplos de consociações benéficas
Muito do conhecimento existente acerca dos efeitos das consociações é empírico, pelo que os exemplos seguintes não devem ser tomados como absolutos e, sobretudo, não devem 
inibir os hortelãos de fazerem as suas próprias experiências.
Para facilitar, utilize a tabela de consociações que se segue com o nosso planeador de culturas!

CULTURA
CONSOCIAÇÕES FAVORÁVEIS
Alface
Alho, alho francês, cebola, cenoura, couve, ervilha, feijão rasteiro, milho, morango, nabo, pepino, rábano, rabanete, tomate
Batata
Espinafre, feijão rasteiro
·  Plantas que repelem o escaravelho da batata:
o        Linho, facélia (1 a 2 plantas / 10 m)
Cenoura
Acelga, alface, alho, feijão rasteiro, rábano, rabanete e tomate
·  Plantas que repelem a mosca da couve:
o        Alho francês, cebola, ervilha (em fila alternada)
o        Alecrim, salva, losna (em bordadura dos camalhões)
Couve
Acelga, alface, beterraba, ervilha, espinafre, feijão rasteiro, morango, rábano, rabanete, tomate
·  Repele a mosca da couve: tomilho
·  Repelem a altica: hissopo, hortelã-pimenta
·  Repelem a lagarta da couve:
o        aipo (em fila alternada)
o        alecrim, hissopo, salva (em bordadura dos camalhões)
Ervilha
Alface, cenoura, couve, milho, nabo, pepino, rábano, rabanete
Espinafre
Aipo, batata, couve, feijão, morango, nabo, rábano, rabanete e tomate
Melão
Cebola (1 cebola junto a cada pé de melão evita o Fusarium)
Milho
Abóbora, alface, ervilha, feijão, pepino, tomate
Morango
Alface, alho, alho-francês, beterraba, cebola, couve, espinafre, feijão, rábano e rabanete
Pepino
Aipo, alface, beterraba, cebola, ervilha, feijão, milho
Tomate
Aipo, alface, alho, alho francês, cebola, cenoura, couve, espinafre, feijão, milho
·  Repelem a mosca branca (Trialeurodes vaporariorum):
o        cravo de tunes
o        chagas

 Fonte: AGROBIO

8 de junho de 2011

Minhocas - fornecedor em Portugal

A pedido de várias pessoas, aqui seguem os contactos de fornecedores de minhocas para minhocompostagem:


Ecominhocas - Soluções para Reciclagem de Resíduos Orgânicos, Lda.
Parque Tecnológico de Óbidos - Convento de São Miguel das Gaeiras
2510-718 Óbidos
Paulo Diogo +351 969 008 928 ecominhocas@ecominhocas.pt

Condições

Portes para envio em CTT Expresso "EMS18"
- Minhocas
    Portugal continental:  8,64 € -(envio à cobrança)
                                       5,69 € -(pag. antecipado ref. Multibanco)

    Portugal ilhas:   23,95 € -(envio à cobrança)
                                5,69 € -(pag. antecipado ref. Multibanco)
    Espanha continental:  12,93 € -(envio à cobrança)
                                          9,98 € -(pag. antecipado ref. Multibanco)
- Biocompostores
    Portugal continental:  11,72 € -(envio à cobrança)
                                         8,76 € -(pag. antecipado ref. Multibanco)

Para mais informações consulte a  Ecominhocas

ou

Futuramb, Especialistas em Vrmicompostagem
Centro de Pesquisa e Investigação em Vermicompostagem 
(9:00h-13:00h/14:00h-18:00h)

Urbanização das Oliveiras, lote 2, r/c drt
8375-129 São Bartolomeu de Messines
Tlm.: +351 967359487
Tlm.: +351 963851179